Orgasmo feminino: Qual é a função biológica?

Bipedismo, que faz com que a vagina se abra na posição vertical, pode ser um fator evolutivo que levou ao orgasmo feminino. Foto: Getty Images
Então, qual é a função do orgasmo feminino do ponto de vista evolutivo? Embora tenha sido um tabu social e um enigma biológico, algumas evidências permitem esclarecer o assunto. Com informações da BBC Brasil.

Para começar, ambos os gêneros desenvolveram prazer no sexo. Esse prazer é a causa imediata da relação sexual, cujo objetivo final é o sucesso reprodutivo. Se considerarmos também os padrões que caracterizam o orgasmo feminino, a conclusão é ainda menos convincente.

Durante o orgasmo em ambos os sexos, ocorrem aumentos consideráveis nas pulsações (de 70 a 80 a 150 batimentos por minuto), na pressão arterial (de 120 a 250 mmHg no clímax) e na respiração, que se torna mais profunda e rápida até que, quando o momento do orgasmo se aproxima, fica ofegante. No final, o rosto se contrai, com a boca bem aberta e as narinas dilatadas, como atletas em seu nível máximo de esforço, já com falta de ar.

O que distingue o orgasmo feminino é uma série de contrações rítmicas na região perineal, na vagina e no útero. Tais contrações têm uma função absorvente do esperma descrito pelos pesquisadores britânicos Robin Baker e Mark Bellis na revista científica Animal Behavior que, além disso, aumenta sua retenção no canal vaginal, como o biólogo americano Paul R. Ehrich argumenta em Human nature: Genes, Cultures, and the Human Prospect (Natureza humana: genes, culturas e a Perspectiva Humana; em tradução livre para o português). Por esse motivo, as hipóteses evolutivas que mais têm respaldo entre os cientistas referem-se ao papel do orgasmo como mecanismo de retenção de espermatozoides no trato sexual feminino.

O orgasmo é seguido por um período considerável de exaustão e sono, então pode-se deduzir que outra de suas funções é induzir o repouso horizontal após a cópula. Isso favorece a retenção de esperma e, portanto, aumenta as chances de a mulher ser fertilizada.

Essa moleza pós-coito é outra diferença do orgasmo humano em relação aos demais primatas, o que se prova fundamental para a fêmea do único mamífero cuja vagina, em decorrência do bipedismo, se abre na posição vertical, o que acaba indiretamente por favorecer a queda gravitacional do fluido espermático.

Fonte: www.bbc.com

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