Policial militar de SP concede entrevista para falar da prisão de suspeito de assassinato de jovem. Foto: Reprodução |
Policiais militares são suspeitos de forjarem a prisão do morador de rua, Clayton Silva Paulino Santos, 34, sabidamente inocente, com o objetivo de aparecerem na TV. O principal motivo da prisão era o reconhecimento por parte de outra vítima de estupro que, dias antes, teria sido violentada pelo mesmo homem, mas escapando com vida. Com informações do jornal Folha de São Paulo.
Segundo a reportagem, as suspeitas ganharam força em maio deste ano, quando equipes do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) conseguiram chegar ao verdadeiro suspeito do assassinato de Francisca Amanda e, principalmente, quando a vítima que acusava Santos de estupro voltou atrás de seu reconhecimento e explicou os motivos de ter mentido. Ela disse ter sido pressionada por policiais militares para acusá-lo porque, segundo os PMs, Santos seria o autor do estupro e morte de Amanda e, assim, tinha de ser "punido", tinha que "pagar", "porque era o certo".
"Os policiais disseram para a declarante mencionar a tatuagem no reconhecimento, informando que o indivíduo tinha uma tatuagem do Corinthians, dizendo, ainda, que a declarante deveria também reconhecer um boné de cor preta com a inscrição 'Argentina' como sendo o boné utilizando pelo autor do crime do qual foi vítima", diz trecho de documento da Justiça paulista que determina a soltura de Santos e a abertura de investigação por parte da Corregedoria da Polícia Militar.
O novelo da história começou a ser desenrolado com a prisão em flagrante, em 25 de abril deste ano, do também morador de rua Fernando Domingos dos Santos Dantas, 30, sob a acusação de ter estuprado uma mulher de 36 anos na Cidade Líder, também na zona leste da capital. A vítima contou aos policiais que, durante o crime, Dantas obrigou-a dizia frases do tipo "diz que você quer ser minha mulher", "que quer morar comigo".
Quando os policiais do DHPP tiveram acesso a essas informações, lembraram de que a vítima que acusava Santos tinha dado versão muito parecida, com frases similares, ao registrar o boletim de ocorrência, em 1º de março. Ao ser chamada mais uma vez ao DHPP para falar sobre o assunto, essa vítima confessou ter mentido sobre Santos e contou sobre a pressão feita pelos policiais militares. Ela também reconheceu ser Fernando Dantas o autor do seu estupro.
A falsa acusação de estupro e a divulgação da foto de Santos pela TV quase provocaram a morte de Santos, segundo a família e polícia. A família conta ainda que Santos teve passagens por furto e roubo, crimes praticados para sustentar o vício em drogas, mas não são do perfil dele crimes sexuais.
A Secretaria da Segurança Pública informou que, após receber a documentação do Poder Judiciário sobre o caso, a Polícia Militar imediatamente instaurou um IPM (Inquérito Policial Militar) para apurar todas as circunstâncias relativas aos fatos.
Fonte: www1.folha.uol.com.br
0 Comentários